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quarta-feira, 7 de abril de 2010

DDA... ou Distúrbio de Déficit de Atenção (com ou sem Hiperatividade)




O que é?

O DDA ocorre como resultado de uma disfunção neurológica no córtex pré-frontal. Quando pessoas que têm DDA tentam se concentrar, a atividade do córtex pré-frontal diminui, ao invés de aumentar (como nos sujeitos do grupo de controle de cérebros normais). Assim sendo, pessoas que sofrem de DDA mostram muitos dos sintomas discutidos nesse capítulo, como fraca supervisão interna, pequeno âmbito de atenção, distração, desorganização, hiperatividade (apesar de que só metade das pessoas com DDA sejam hiperativas), problemas de controle de impulso, dificuldade de aprender com erros passados, falta de previsão e adiamento.

Algumas características comuns do DDA, que claramente ligam essa doença ao córtex pré-frontal:


Quanto mais você tenta, pior fica

A pesquisa mostrou que quanto mais as pessoas que têm DDA tentam se concentrar, pior para elas. A atividade no córtex pré-frontal, na verdade, desliga, ao invés de ligar. Quando um pai, professor, supervisor ou gerente põe mais pressão na pessoa que tem DDA, para que ela melhore seu desempenho, ela se torna menos eficiente. Muitas vezes, quando isso acontece, o pai, o professor ou chefe interpretam o ocorrido como um decréscimo de performance, ou má conduta proposital, e daí surgem problemas sérios.
Elogios são essenciais para pessoas com DDA. Quando o chefe as estimula a fazer melhor de modo positivo, elas se tornam mais produtiva. Quando se é pai, professor ou supervisor de alguém com DDA, funciona muito mais usar elogio e estímulo do que pressão. Pessoas com DDA saem-se melhor em ambientes que sejam altamente interessantes ou estimulantes e relativamente tranqüilos.


Pequeno âmbito de atenção

Um âmbito de atenção pequeno é a identificação desse distúrbio. Pessoas que sofrem de DDA têm dificuldade de manter a atenção e o esforço durante períodos de tempo prolongados. Sua atenção tende a vagar e freqüentemente se desligam da tarefa, pensando ou fazendo coisas diferentes da tarefa a ser realizada. Ainda assim, uma das coisas que muitas vezes enganam clínicos inexperientes ao tratar desse distúrbio é que as pessoas com DDA não têm um âmbito pequeno de atenção para tudo. Freqüentemente, pessoas que sofrem de DDA conseguem prestar muita atenção em coisas que são bonitas, novas, novidades, coisas altamente estimulantes, interessantes ou assustadoras. Essas coisas oferecem uma estimulação intrínseca suficiente a ponto de ativarem o córtex pré-frontal, de modo que a pessoa consiga focalizar e se concentrar. Uma criança com DDA pode se sair muito bem em uma situação interpessoal e desmoronar completamente em uma sala de aula com 30 crianças.
Pessoas com DDA têm dificuldade em prestar atenção por muito tempo em assuntos longos, comuns, rotineiros e cotidianos, como lição de casa, trabalho de casa, tarefas simples ou papelada. O terreno é terrível e uma opção nada desejável para elas. Elas precisam de excitação e interesse para acionar suas funções do córtex pré-frontal.

Muitos casais adultos me dizem que, no começo de seu relacionamento, o parceiro com DDA adulto conseguia prestar atenção à outra pessoa durante horas. O estímulo de um novo amor ajudava-o a se concentrar. Mas quando a "novidade" e a excitação do relacionamento começavam a diminuir (como acontece com quase todos os relacionamentos), a pessoa com DDA tinha muito mais dificuldade em prestar atenção e sua capacidade de escutar falhava.


Distração

O córtex pré-frontal manda sinais inibitórios para outras áreas do cérebro, sossegando os dados advindos do meio, de modo que você possa se concentrar. Quando o córtex pré-frontal está com hipoatividade, ele não desencoraja adequadamente as partes sensoriais do cérebro e, como resultado, estímulos em demasia bombardeiam o cérebro. A distração fica evidente em muitos locais diferentes para uma pessoa com DDA. Na classe, durante reuniões, ou enquanto ouve um parceiro, a pessoa com DDA tende a perceber outras coisas que estão acontecendo e tem dificuldade em se concentrar na questão que está sendo tratada. As pessoas que têm DDA tendem a olhar pelo quarto, desligar-se, parecer aborrecidas, esquecer-se de para onde vai a conversa e interrompê-la com uma informação totalmente fora do assunto. A distração e o pequeno âmbito de atenção podem também fazer com que elas levem muito mais tempo para completar seu trabalho.


Impulsividade

A falta de controle do impulso faz com que muitas pessoas que têm DDA se metam em enrascadas. Elas podem dizer coisas inadequadas para os pais, amigos, professores, outros empregados, ou clientes.
Decisões mal pensadas são ligados à impulsividade. Em vez de pensar bem no problema, muitas pessoas que sofrem de DDA querem uma solução imediata e acabam agindo sem pensar. De modo similar, a impulsividade faz com que essas pessoas tenham dificuldade de passar pelos canais estabelecidos do trabalho. Elas freqüentemente vão direto ao topo para resolver os problemas, em vez de seguir o sistema. Isso pode causar ressentimento dos colegas e supervisores imediatos. A impulsividade pode também levar a condutas problemáticas como mentir (diz a primeira coisa que vem a cabeça), roubar, Ter casos e gastar em excesso, tendendo a gerar a vergonha e a culpa oriundas desses comportamentos.

Mesmo assim, devido à impulsividade e à falta de pensar antes de agir, muitas pessoas que têm DDA dizem a primeira coisa que vem à mente. E, em vez de pedir desculpas por terem dito uma coisa que magoou, muitas tentam justificar por que fizeram a observação que magoou, só piorando as coisas. Um comentário impulsivo pode estragar uma noite agradável, um fim de semana, ou mesmo um casamento inteiro.


A busca do conflito

Muitas pessoas que sofrem de DDA inconscientemente buscam o conflito como uma maneira de estimular seu próprio córtex pré-frontal. Eles não sabem que fazem isso. Não planejaram fazer isso. Negam que fazem isso. E ainda assim o fazem. A relativa falta de atividade e estímulo do córtex pré-frontal anseia por mais atividade. Entrar em hiperatividade, desassossego, e ficar cantarolando são formas de auto-estimulação. Outro modo de as pessoas com DDA "tentarem ligar seus cérebros" é provocando confusão. Se elas conseguem que seus pais ou cônjuges tornem-se agitados ou gritem com elas, isso pode aumentar a atividade de seus lobos frontais e ajudá-las a sentirem-se mais sintonizadas. Novamente este não é um fenômeno consciente. Mas parece que muitas pessoas que têm DDA ficam viciadas em confusão.
Os pais de crianças com DDA comumente relatam que seus filhos são peritos em deixá-los bravos. Quando os pais param de oferecer estimulação negativa (gritos, surras, sermões, etc), diminui o comportamento negativo dessas crianças. Sempre que você se sentir como esses pais, pare e fale o mais suavemente que possa. Desse modo, você está ajudando seu filho a largar o vício de arranjar confusão e ao mesmo tempo colaborando para baixar sua própria pressão sangüínea.
Outra conduta de auto-estimulação comum em pessoas que têm DDA é se preocupar com ou se concentrar em problemas. O tumulto emocional gerado pela preocupação ou por estar aborrecido produz agentes químicos de estresse, que mantêm o cérebro ativo.
Um problema significativo do uso da raiva, tumulto emocional e emoção negativa para auto-estimulação é isso que é danoso ao sistema imunológico. Os altos níveis de adrenalina produzidos pelo comportamento direcionado ao conflito diminuem a eficácia do sistema imunológico e aumentam a vulnerabilidade à doença. Um exemplo são as deficiências muitas e muitas vezes, na conexão entre o DDA e infeções crônicas e na maior incidência de fibromialgia, dor muscular crônica que se considera associada à imunodeficiência.

Muitas pessoas que têm DDA tendem a se meter em brigas constantes com uma ou mais pessoas, em casa, no trabalho ou na escola. Elas parecem escolher inconscientemente pessoas que são vulneráveis e travam batalhas verbais com elas. Muitas crianças e adultos com DDA têm tendência de deixar os outros sem graça por pouca ou nenhuma razão, o que conseqüentemente faz com que suas "vítimas" se distanciem deles e isso pode resultar em isolamento social. Elas podem ser os palhaços da classe na escola, ou os espertinhos no trabalho. Witzelsucht é o termo que a literatura da neuropsiquiatria usa para caracterizar "o vício em fazer brincadeiras de mau gosto". Esse vício foi descrito inicialmente em pacientes que tinham tumores no lobo frontal, especialmente do lado direito.


Desorganização

Desorganização é outro marco importante do DDA. A desorganização inclui tanto o espaço físico, como salas, escrivaninhas, malas, gabinetes de arquivo e armários, quanto o tempo. Freqüentemente quando se olha para as áreas de trabalho de pessoas com DDA, é admirar que possam trabalhar ali. Elas tendem a ter muitas pilhas de "coisas"; a papelada é algo que freqüentemente elas têm muita dificuldade de organizar; e parece que têm um sistema de arquivo que só elas podem entender (e mesmo assim só nos dias bons). Muitas pessoas com DDA têm atrasos crônicos ou adiam as coisas até o último momento. Essas pessoas também tendem a perder a noção do tempo, o que contribui para que se atrasem.


Começam muitos projetos, mas terminam poucos

A energia e o entusiasmo de pessoas com DDA muitas vezes as leva a começar muitos projetos. Infelizmente, pelo fato de serem distraídas e dado o seu pequeno âmbito de atenção, prejudicam sua capacidade de completá-los.


Mau humor e pensamento negativo

Muitas pessoas com DDA tendem a ser mal-humoradas, irritadiças e negativas. Como o córtex pré-frontal está pouco ativo, ele não pode moderar totalmente o sistema límbico, que fica hiperativo, levando a problemas no controle do humor. De outro modo sutil, como já mencionado, muitas pessoas com DDA preocupam-se com ou ficam superconcentradas em pensamentos negativos, como uma forma de auto-estimulação. Se não conseguem arrumar confusão com os outros no meio ambiente, buscam isso dentro de si mesmas. Elas freqüentemente têm uma atitude do tipo "o mundo está acabando", o que as distancia dos outros.

Antes o DDA era considerado um distúrbio de garotos hiperativos que o superariam antes da puberdade. Sabemos agora que a maioria das pessoas que têm DDA não supera os sintomas do distúrbio e que este, freqüentemente, ocorre em meninas e mulheres.


Não percam!
Amanhã postaremos uma lista de checagem que você mesmo poderá fazer. E continuaremos a falar sobre o assunto.


Fonte: Do livro: Transforme seu cérebro, transforme sua vida.
Daniel G. Amen, M.D. - Editora Mercuryo

(Mais em www.golfinho.com.br)

Um comentário:

  1. Excelente a materia me ajudou muito pois tenho estudado muito isso por causa de meu filho :(
    Obrigada

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